Match Point - Prólogo.

Boa noite,leitores!
Hoje trago à vocês minha nova fanfic,mesmo tendo várias para terminar de escrever, eu resolvi começar esta daqui,que se chama Match Point, uma inspiração ao filme do Woody Allen,que leva o mesmo nome. Espero que vocês gostem e boa leitura!

***

Prólogo


Era um dia típico do verão inglês. O sol estava forte, com a temperatura chegando aos 32º e com uma forte tendência para a chuva forte no período da tarde. Típico, pensou Louise McGold lendo a previsão do tempo no jornal, enquanto tomava chá gelado com seu irmão Michael, antes de irem para a partida inaugural do Torneio de Wimbledon, na Inglaterra.

-O que foi irmãzinha? – perguntou Mickey, acendendo um cigarro.

-Mickey!Já disse que não gosto que fume do meu lado! – Louise afastou a baforada que o irmão deu e o repreendeu – Não esta acontecendo nada!

-É o Artie? – perguntou ele, dando outra baforada – Precisa esquecê-lo, irmãzinha! Trouxe-te aqui exatamente para isso!

-Eu detesto tênis! – respondeu ela, cruzando os braços – Você sabe muito bem isso! Poderia ter me levado para outro lugar!

-Para onde então? – perguntou ele outra vez – Se todos os lugares que vamos te faz lembrar Yankee?
Louise preferiu não respondeu e tomou um pouco do seu chá, tentando afastar o ex-namorado, o modelo Arthur Blue, de seus pensamentos.

-Didi irá vir? – indagou Mickey, tentado quebrar o gelo com a irmã.

-Bem provável que não – respondeu Louise, lendo a resenha de uma peça de teatro no jornal – Talvez ela fique com o Best hoje à tarde.

-Ah entendi – suspirou Mickey, pensando em Odile Greyhound, a melhor amiga de sua irmã e sua paixão platônica. Mickey apagou o cigarro e começou a ler sua revista sobre esportes, até os dois foram surpreendidos por um anúncio.

“Atenção senhores espectadores da partida inaugural, a partida foi transferida para as 18h00 devido ao mal tempo...”

Ao fundo, um trovão retumbou, fazendo com que tudo tremesse.

-Vem chuva forte por ai – comentou Mickey.

Louise observou o céu cinza chumbo, que há poucos instantes estava azul da cor de seu vestido e por um momento pensou em sua vida amorosa, como aquela chuva. Suspirou novamente e percebeu que seu irmão também suspirava, por Odile.
***

Os dois não se amavam daquela forma intensa já fazia duas semanas, desde que ele fora jogar com o Manchester United em Lisboa, Portugal. George Best voltará das terras lusitanas, naquela manhã, trazendo consigo o título de campão europeu e uma saudade insaciável de sua amante, Odile Greyhound.

Ele preferiu primeiro ir para o apartamento da amada que ficava no Village, em Londres, antes de voltar para Manchester com o time. Quando tocou a campainha, encontrou a amada usando moletons e praticando yoga.

-Minha French Girl! – disse ele, agarrando-a e roubando-lhe um beijo quente – Estava morrendo de saudades!

Best a beijava de forma mais ardente ainda e ainda aos beijos foram para o quarto dela, onde se despiram e entregaram-se aos prazeres carnais. Quando por fim terminaram, eles puderam finalmente conversar.

-Você assistiu ao jogo? – perguntou ele, mostrando a medalha que receberá para ela.

-É claro! – respondeu ela – Gritei com como uma maluca na hora que você marcou aquele gol sobre o Real Madrid! O pessoal do pub que eu estava acho que era uma maluca! Ou estava chapada

George riu e comentou:

-Sempre achei que você puxou aquele seu tio que se diz alquimista!

-Ei! – respondeu ela rindo – Não me pareço nada com o tio Claude! E ele faz remédios através de ervas medicinais!

-Maconha? –indagou Best, tentando parar de rir.

-Ele pode até conseguir se você quiser – respondeu ela, rindo mais ainda – Mas as ervas deles são boas! Ele fez uma pomada que ajudou a cicatrizar aquele corte da minha mão!

Odile mostrou a mão ao amado e este observou com cuidado a pequena cicatriz no dorso da mão, onde ela havia se machucado com uma tesoura durante a montagem do figurino de sua melhor amiga, Louise McGold.

-Ainda bem que cicatrizou, já estava ficando preocupado. – ele afagava a cicatriz e depois lhe deu um pequeno beijo e por fim, puxou o rosto da amada, dando-lhe um pequeno beijo nos lábios. O beijo começava a crescer quando Odile ouviu na TV, uma reportagem sobre o torneio de Wimbledon.

-A partida inaugural, que ocorreria esta tarde, foi transferida para amanhã, devido ao mal tempo...
-Louise havia me convidado para ir assistir essa partida – comentou Odile, enquanto assistia a reportagem – Mas eu preferi ficar pra te ver.

-Você fez isso por mim? –perguntou ele, surpreso com tal comentário.

-Ficar com você tem sido umas das melhores coisas que tenho feito George – disse ela, beijando os lábios do amado.

-Você tem o meu melhor, French Girl – respondeu ele, beijando-a ainda mais.
Com isso os dois se entregaram outra vez a paixão, que estava adormecida por conta daquele tempo em que eles passaram separados.
***
Nora escutava Girl dos Beatles em seu IPod, enquanto encarava a página em branco de seu editor de texto. Queria começar aquele roteiro para o seu novo filme, mas não sabia por onde. Seu noivo, o tenista alemão Sepp Maïer, estava deitado na cama assistindo TV e também observava sua amada tentando romper aquele bloqueio criativo.

-Eu desisto! – gritou ela, parando a música no Ipod e fechando o notebook.

-Não pode desistir assim, minha Katzchën! – respondeu o noivo, desligando a TV e sentando-se perto da beirada da cama, onde estava a amada.

-Mas dessa vez eu vou ter que desistir, meu Katzë! – respondeu ela, de forma triste – Estou se conseguir escrever alguma coisa desde mês passado!

-Sei bem o que esta passando, meu bem – disse ele, afagando o cabelo da amada – Sinto isso, enquanto nos amamos, sei que é horrível, mas não pode desistir!

-Mas o que eu faço Katzë?

Ela realmente estava desesperada e aquilo matava ambos.

-Você tem que continuar lutando! Não pode desistir! Lembra quando eu joguei contra aquele tcheco? – disse ele, segurando a mão dela – O... Como era mesmo o nome dele? Era... Ah lembrei, o Anthonin Paneka? Lembra desse jogo?

A amada fez que sim com a cabeça e ele continuou:

-Ele tentou me vencer pelo cansaço – contou ele – Ele mandava bolas rápidas e fortes, tive de me desdobrar para não perdê-las. Porém, quando ele mandou a bola e ela bateu no meio da rede, rezei para que ela pendesse para o lado dele e aconteceu! Match Point!

Enquanto ele contava aquilo, a mente dela fervia de idéias, sobre o tênis, aquele fim de semana de Winbledon e uma homenagem a um filme do Woody Allen. Ela abriu novamente o computador e começou a escrever de forma desenfreada, ao todo conseguiu escrever 50 páginas.

-50 páginas em uma hora e meia – ela comentou, olhando para o relógio em seu pulso esquerdo – Acho que temos um novo recorde!

Ela fechou novamente o computador, colocou este na escrivaninha e deitando-se perto do noivo.
-Venha cá, meu Katzë – ela tirou o livro das mãos do namorado e deitou-se por cima dele – Precisamos comemorar este momento!

Ela beijou-o de forma quente e depois trocaram um sorriso significativo. A chuva que caia lá fora se intensificou e um clarão iluminou o quarto, seguindo de um estrondo forte, fazendo com que as luzes do quarto apagar-se.

-Talvez tenhamos bastante tempo para comemorar. – respondeu ele, desabotoando a blusa dela.
***
Christopher Romanov andava pelo corredor do décimo segundo andar do hotel de forma calma e despretensiosa. Sua camisa branca estava com os três primeiros botões abertos para tentar amenizar o calor que sentia e em sua mão direita, ele carregava uma garrafa de cerveja, que bebericava de tempos e tempos.  Ele bebeu mais um gole e começou a procurar o quarto onde sua irmã, Anastácia estava hospedada com seu namorado, o goleiro Manuel Neur.

-306, 307, 308 ...- ele contava cada porta, enquanto chegava ao fim do corredor -309! Achei!

Ele se aproximou da porta e notou que na maçaneta havia um aviso de não perturbe. Não se importando com aquilo, ele bateu na porta e não obteve resposta. Ele bateu um pouco mais forte e de novo não obteve resposta.

-Ana! Abre essa porta! - chamou ele.

Ele ouviu alguns barulhos vindos do quarto e depois a porta se abriu e por uma parte desta, Chris viu sua irmã.

-Olá Chris- cumprimentou ela. Ela abriu um pouco mais a porta e Chris reparou que ela usava um roupão rosa, estava toda descabelada e com o batom um pouco borrado. Ela tentou fazer com que ele não entrasse no quarto, mas por fim ele conseguiu.

Quando entrou ele deu de cara com seu cunhado, preso com uma algema em cada braço nas extremidades da cama, coberto até a barriga com um edredom.

-Seus danadinhos! – comentou Chris, com um sorriso malicioso entre os lábios – Olá Manuel.

-Hallo Christopher – cumprimentou Manuel, ainda envergonhado.

-Nunca achei que vocês dois eram assim, são tão fofos e românticos! – comentou Chris para a sua irmã.

-Às vezes precisamos inovar – respondeu Ana. Ela deitou-se na cama e retirou as algemas do namorado e depois lhe deu um pequeno beijo entre os lábios.

-Antes que vocês inventem de namorar de novo – falou Chris – Vamos tomar um chá!

Enquanto Ana e Manuel se arrumavam, Chris pediu pelo telefone do quarto, chá com bolacha, bolinhos e um pouco de Nutella, já que o cunhado era um grande apreciador do doce. Pouco tempo depois os dois estavam mais apresentáveis e sentaram novamente na cama.

-A luz acabou não foi? – perguntou Ana ao irmão.

-Foi sim – respondeu Chris, enquanto abria porta para o funcionário do hotel entrar com o pedido deles e quando este estava saindo, Chris lhe deu uma pequena gorjeta – Pelo visto tudo já se normalizou.

Chris se sentou perto deles e se serviu um pouco de chá. Já Ana abriu o pote de Nutella e com uma faca, passou um pouco do doce em um dos bolinhos e deu para o seu namorado comer.

-Para você, meu Docinho – disse ela.

-Danke, minha pequena princesa - respondeu ele, beijando sua amada.

-Quer que eu te sirva um pouco de chá, irmãzinha? – perguntou Chris, atrapalhando o casal.
-Por favor, Chris – respondeu ela. Ele serviu sua irmã com um pouco de chá e depois, colocou um pouco para seu cunhado.

Os três continuaram a tomar chá em silêncio, até que Chris puxou assunto novamente.

-Então, vocês irão ao jogo de hoje à noite?

-Achamos que não irá dar tempo – respondeu Ana – Nós pensamos em ir, porém resolvemos nos divertir um pouco, se é que me entende e perdemos a noção da hora. Mas vamos assistir pela TV e apoiar o Mickey daqui do nosso quarto do hotel.

-Entendi – disse Chris, um pouco sério – Seria legal você estivesse lá, quer dizer, você já foi namorada dele, talvez vê-la deixaria mais calmo e poderíamos estar com Lulu.

Manuel ficou um pouco desconfortado com aquela descoberta. Sentiu o ciúme crescendo dentro de si. Pensou em várias formas de liquidar com ex-namorado de Ana, já que ele não fora com a “cara” do galês.

-Chris ele nunca foi meu namorado – respondeu Ana, séria – Ficamos algumas vezes na época do colegial e só! Você sabe que ele é louco pela Odile!Todo mundo sabe! E sobre Louise, estou pretendendo visitá-la depois desta partida, sei que ela e Felicity estarão hospedadas na casa de campo dos pais da Marie, então se quiser ir, depois de amanhã iremos ir para lá.

-Preciso arrumar uma desculpa para não ver Georgiana – respondeu ele.

-Ela não veio com você para cá? – perguntou Ana.

-Não – respondeu ele – Ela resolveu ficar em Londres com a família, mas depois disse que me encontraria na casa de Ripley.

-Chris, se você não ama a Georgiana, deve terminar com ela – alertou Ana – Vejo que esse relacionamento não está trazendo boas coisas para você! Sempre que te encontro você sempre nervoso e estressado! Não vale a pena morrer por uma garota como ela!

-Termine com ela e tente lutar por Louise – comentou Manuel.

-É vocês têm razão mesmo – respondeu Chris. Ele olhou par o relógio e viu que já estava quase na hora do jogo começar – Eu já vou indo, se Mickey não me ver na platéia tenho certeza que ele me mata!

Chris se despediu dos dois e foi para o onde o torneio ia ser realizado. Chegando lá encontrou seu melhor amigo andando de um lado para o outro, fumando um cigarro e tentando ligar para uma pessoa.

-Cara isso vai te matar qualquer dia desses – comentou Chris.

-Isso pelo menos me acalma um pouco – respondeu Mickey.

-Para quem esta tentando ligar? – indagou Chris, curioso.

-Você sabe quem é – respondeu Mickey, um pouco cabisbaixo. Chris sabia muito bem para quem seu melhor amigo telefonava e era para Odile Greyhound – Parece que ela gosta mais daquele norte irlandês do qualquer coisa!

-Está pronto Mickey? – gritou seu treinador.

-Estou Brown! – gritou Mickey em resposta. Ele entregou o celular para o amigo e disse – Tente ligar para ela e fazer com que assista ao meu jogo!

Mickey pegou sua raquete e seguiu junto com o seu treinador para a entrada da quadra, enquanto Chris caminhava em direção à arquibancada, ele se sentou na quarta fileira da arquibancada central, ao lado de Louise McGold.

-Olá Lulu – cumprimentou ele, ao se sentar ao lado dela – Ansiosa para a partida?

-Estou sim – respondeu ela, sem dar muita atenção ao amigo de seu irmão. Seus olhos estavam concentrados no tenista sueco que duelaria com seu irmão, Björn Borg e ao mesmo tempo suspirava por este – Como é um viking lindo...

-Está a fim do sueco, Lulu? – perguntou Chris, um pouco irritado ao ouvir aquilo.

-Eu a fim de um tenista? Você só pode estar de brincadeira! – respondeu Louise em tom de deboche.
-Não estou brincando – respondeu Chris, discando o número de Odile no celular do amigo – Alô, eu gostaria de falar com a Odile?

-Seu galês enxerido! – respondeu George Best, com um grito, do outro lado da linha – Pare de ligar para minha French Girl!

-Aqui não é o galês enxerido – respondeu Chris, revirando seus olhos – Sou eu, o Chris Romanov, quero falar com a Odile!

-Você não vai falar com ela! – respondeu George gritando – Eu não deixo!

-George, você não manda em nada aqui – respondeu Odile, rispidamente, pegando o telefone do namorado e colocando no ouvido – O telefone é meu e eu falo com quem eu quiser!

-Chris, me dá esse telefone aqui – Chris pegou o telefone e entregou a Louise, que logo colocou em seu ouvido – Sua cachorra! Largou-me aqui nesse torneio de tênis pra fazer sexo com esse norte irlandês!

-Eu sou a cachorra aqui? – respondeu Odile, rispidamente – Não seja dramática agora! Wimbledon fica a uns 30 minutos de Londres! Amanhã estarei com você ai, eu prometo!

-Mesmo com Mickey te importunando? – perguntou Louise.

-Eu aturo essa criatura desde meus cinco anos de idade! – respondeu ela, ainda rindo – Então eu já vou indo, ainda quero amar mais um pouco o meu norte-irlandês!

-Tudo bem amiga. – respondeu Louise, se despedindo – Te ligarei mais tarde para te contar um babado!Até mais tarde!

-Até e mande um beijo para o Chris – e por fim, Odile desligou.

-Ela te mandou um beijo você. – disse Louise a Chris.

-Que babado é esse que você vai contar para a Odile, mais tarde? –ele indagou, cheio de curiosidade.
-Não é da sua conta, Chris – respondeu Louise rispidamente.

-Por favor, Lulu! – insistiu ele – Conte-me o que é!

Chris insistiu mais um pouco com o assunto e por fim, Louise cedeu e contou:

-Eu beijei o Björn Borg! – contou ela – Foi um beijo tão delicioso, que meu Deus, quero aqueles lábios nos meus pro resto da minha vida!

-Ah entendi – respondeu Chris, sentindo ciúmes e ao mesmo tempo um pouco de tristeza por perceber que Louise nunca seria sua.



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