Drabbles: Virada na Chave
O sonho de ser independente financeiramente de seus pais e irmãos estava cada vez mais longe para Anastácia. Depois de se formar em Letras e Jornalismo pela Universidade Oxford, cheia de esperanças e aspirações, ela resolveu ir viver com o irmão Christopher em Londres, para conseguir um bom emprego e finalmente realizar seu grande sonho: ser uma grande escritora.
Os meses se passaram e depois de 16 entrevistas mal sucedidas, ela quase desistiu de tudo. Ana perdeu sua inspiração para a escrita e passava seus dias faxinando a casa e, tentando e falhando, ao aprender a cozinhar.
E como uma luz no fim do túnel, ela encontrou no caderno de empregos de um jornal que o irmão estava lendo, uma vaga de emprego de livreiro numa livraria na região central. Ela resolveu apostar suas últimas fixas de trem e foi para o processo seletivo, que aconteceu três dias depois.
-Só mantenha a calma – sugeriu Christopher, durante o caminho.
Ela tentou manter a calma e ao chegar lá, recebeu um desafio junto as outras participantes: arrumar uma estante. Ana adorou o desafio, ela amava passar suas tardes organizando seus livros que estavam na casa de seus pais em Ripley. Rapidamente ela organizou todo móvel com os exemplares por autor e em ordem alfabética.
Vendo o bom resultado dela, o dono gostou e a contratou. Por seis meses ela cuidou, vendeu, organizou e ganhou diversos livros em seu serviço. Internamente ela seguia um ditado de sua mãe: emprego chama emprego. Oito meses depois, depois de publicar uma resenha sobre o primeiro disco da banda inglesa The Who, em uma revista independente, ela recebeu a indicação para uma entrevista na revista Rolling Stone.
-Então, Anastácia. – perguntou a recrutadora francesa que se chamava Marie, na redação da revista. – O que você sabe sobre Rock n Roll?
Ali começava uma das mais bonitas e longevas amizades, e também grandiosa carreira da escritora de Anastácia.
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