A Modern Vampires Of The City - Capítulo 3.

Uma década dura 10 anos, um século 100, um milênio 1000. A pergunta que lanço é por que eu levo uma eternidade pra postar um capítulo?I Don't Know, mas boa leitura!

***
Capítulo 3.

Quando a costureira apareceu na sala de espera, onde Catelyn e Nora Smith se encontravam, segurando um vestido de noiva branco como uma pérola, Nora se encheu de alegria. Ela se levantou e foi até a onde à costureira estava. A mulher era baixinha e gorda, e seus lábios se encontrava um grande sorriso.
-Posso? –Perguntou Nora, tocando o vestido.
-Ya fraülein Smith. – respondeu a costureira, entregando o vestido para Nora. As mãos da jovem estavam trêmulas que seu maior medo era de estraga-lo.
Nora encostou o vestido em seu corpo e mostrou para mãe.
-Veja mamãe! – disse Nora, se aproximando de sua mãe – É tão lindo!
Catelyn tocou o pano e sentiu que era de tecido crepe, com um pouco de cetim e tefatá. Era longo, não possuía ceroulas, era liso em sua cauda e na parte superior havia uma pequena renda com detalhes de flores. Catelyn tinha certeza que iria custar caro, mas como Sepp disse que iria custear tudo naquele casamento, ela acabou não se preocupando muito.
-Não parece como vestido que a rainha Victoria em seu casamento? – perguntou Nora.
Catelyn olhou mais uma vez e percebeu que a filha tinha razão.
-É verdade. – respondeu ela – Mas não se esqueça, somos escocesas.
-Temos o dever para com o nosso clã. – completou Nora.
-Mas não há nada de mal em se parecer com a rainha. – completou uma voz feminina. Nora se virou e viu a dona daquela loja de vestidos, uma jovem alta e de longos cabelos vermelhos, seu nome era Holly Grey, inglesa, bruxa e uma grande amiga sua.
-Holly! – Nora deixou o vestido com sua mãe e abraçou a jovem – Há quanto tempo!
-Miss Grey, como vai? – cumprimentou Catelyn com um aperto de mão.
-Eu estou muito bem.  – respondeu ela – Mas a senhora terá de me desculpar pela correção.
-Correção pelo o quê? – indagou Catelyn surpresa.
-Agora sou Holly Charlton – respondeu a jovem – Estou casada agora, com um homem do nosso clã também, Jack Charlton.
-Peço perdão pelo meu erro. – disse Catelyn com um sorriso amarelo entre os lábios.
-Não tem problema. – Holly respondeu sorrindo.
-Está casada há quanto tempo? – indagou Nora.
-Faz pouco tempo – respondeu Holly – Um ano e meio quase.
As três ficaram em silêncio, sorrindo umas para outras. Até que Catelyn quebrou o silêncio dizendo:
     -É claro! – respondeu Holly sorrindo – Venham comigo!
As três a seguiram por um corredor até uma sala que se tinha vários espelhos. Holly chamou a costureira – que se chama Maria – e sua ajudante que era filha da costureira, chamada Hildergard, para auxiliar Nora a provar seu vestido de noiva.
-Quando Hildegard comunicou que Nora iria se casar, logo providenciei que ela tivesse o melhor vestido. – comentou Holly – E assim, eu mesma desenhei o vestido.
-Fico muito feliz em ouvir isso.  – respondeu Nora – Sempre admirei seus desenhos.
Holly ficou feliz com o comentário e arrumou o espartilho de Nora.
-Frau Maria, poderia me trazer um copo d’água? Estou morrendo de sede. – pediu a estilista à sua costureira. Pouco depois a senhora volta com um copo e entrega a sua chefe, que observa Nora e a mãe dela, comentando sobre o vestido e perguntou: - Então Nora, quem é o felizardo?
-Josef Maïer, o filho do barão que é dono da fábrica de cerveja. – respondeu Nora, sorrindo.
Neste momento Holly fica sem ação, quase derrubando o copo que segurava com uma das mãos. Josef Maier, seu antigo namorado. Ele me trocou na época por ela?Pensou ela. Uma menina maluca por gatos e que é um desastre nos feitiços? Péssima escolha que você fez Sepp.
-Algum problema, Mrs Charlton? – indagou Catelyn, ao ver que Holly encarava Nora.
-Nenhum senhora.  – respondeu Holly, bebendo seu copo d’água e depois perguntou: -Gostaram do vestido?
-Eu amei! – respondeu Nora, estupefata de alegria.
-Nós vamos ficar com este. – respondeu Catelyn.
-Tudo bem. – respondeu Holly, secamente – Mrs. Smith poderia me acompanhar até lá embaixo para tratarmos de algumas coisas.
Catelyn acompanhou Holly, deixando Nora sozinha. Ela olhava para o espelho e começou a imaginar o dia de seu casamento com Sepp. Quando entraria na Igreja pela última vez como Eleonora Smith, de braço dado a seu pai. Todos os convidados a  observariam e por fim, ela iria encontrar seu namorado, que tiraria seu véu e beijaria sua testa, e ela transformaria em uma gata de novo.  Preciso controlar minha transfiguração, pensou ela.
-Fraülein.  – disse Hildegard – Está na hora de tirar o vestido. Sua mãe esta ao seu aguardo.
Nora tirou seu vestido de noiva e colocou o vestido salmão que estava usando. Agradeceu a jovem e depois desceu, para o encontro de Holly e sua mãe. Quando descia as escadas Nora acabou por ouvir uma parte da conversa entre as duas.
-Tem certeza que está tudo bem? – indagou Cat, recolocando seu chapéu.
-Está tudo bem, Mrs. Smith. – respondeu Holly – Não precisa se preocupar.
-Precisa sim. – Respondeu Catelyn – Notei que você tem mãos firmes. Aquele copo escapou de você, não foi acidente qualquer. Algo que minha filha havia dito te tirou atenção.
-Posso garantir que estou perfeitamente bem, Mrs. Smith. – respondeu Holly secamente.
Nora apareceu na escada e agradeceu Holly e prometera visitar Holly dentre em breve e entrou na carruagem e as Smiths foram embora.
Quando as duas foram embora, Holly começou a chorar, lembrando-se do alemão ruivo que conhecerá em Berlim, há um ano. Conheceram-se numa festa e logo se encantaram um pelo outro. Iniciaram um breve romance e quando ele a pediu em casamento, seu pai a obrigará a casar com um inglês, John “Jack” Charlton, filho de um rico comerciante de Manchester, e Sepp noivara com a filha dos Smiths.
Holly subiu para o andar de cima e lá ficou chorando na sala de espera, sentada em uma das cadeiras, limpando as lagrimas num pedaço de tecido. Até que sentiu uma mão tocando seu ombro, era seu marido Jack Charlton.
-O que foi minha vida? – ele indagou surpreso ao vê-la chorando.
-Nada, meu bem. – respondeu ela.
-Alguém fez algum mal a você? – perguntou ele.
-Não. – ela respondeu. Holly levantou-se e subiu para o outro andar, onde se encontrava a casa que eles vivam. Jack ficou atônito e sem ação, enquanto via a esposa subindo as escadas, chorando e trancando a porta de casa.
Durante todo o caminho de volta para casa Catelyn ficou pensando na conversa que tivera com seu esposo, Eddard em relação à escolha de Sepp Maier como noivo de Nora. Ela sabia que ele havia sido noivo de Holly Grey, mas que o pai desta preferiu desmanchar o noivado deles e casar a filha com alguém do clã deles. Se Nora soubesse daquilo com certeza iria ficar deprimida, como ficara no dia que foi duramente rejeitada pelo inglês Raymond Davies.
-Mãe, esta tudo bem? – perguntou Nora, vendo que sua mãe estava em silêncio.
-Está sim. – respondeu Catelyn, num tom seco.
-Não está. – respondeu Nora, sentando-se ao lado da mãe na carruagem – Sempre que fica intrigada com algo você fica desta maneira. Sempre fomos confidentes e a senhora pode me contar o que quiser.
-Sua tia Sam, nunca deveria deixa-la ficar lendo aqueles romances de amor. – disse Catelyn, num tom seco.
-O que isso tem haver com o que esta acontecendo? – perguntou Nora
-Josef Maier fora noivo de Holly Grey até o ano passado, quando foi obrigada a casar com um dos filhos dos Charltons.
Ao ouvir aquilo, Nora sentiu seu mundo desabar. Aquela que ela tomava por amiga, fora noiva de seu amado alemão e possivelmente a odiava. As duas continuaram em silêncio até voltarem para casa. Chegando lá não encontraram nenhum dos McGolds, que segundo o mordomo haviam saído e tudo o que Nora mais precisava naquele momento era de sua melhor amiga.
Nora almoçou com seus pais e foi para seu quarto, onde trancou a porta e começou a chorar, abafando os soluços para que ninguém ouvisse e deletasse a sua mãe, já que esta odiava que pessoas chorassem ao seu lado, pois isso demonstrava fraquesa. Desabou pensando o quão era fraca e desastrada, sentindo-se fraca e assustada. 
Quando conseguiu se controlar, lavou o rosto várias vezes para tentar amenizar  pegou seu diário e uma caneta e fora para o hall de entrada da casa, onde havia algumas cadeiras e mesas, se sentou numa delas e a escrever sobre o que sentia.
“Meu maior medo neste momento é perder Sepp. Tenho medo que ele queria desmanchar nosso noivado porque sua ex-noiva está na cidade, junto com seu marido. Tenho medo também que ele descubra que eu sou uma bruxa. Tenho tantos medos que mal consigo guardar em meu peito”.
Enquanto ela continuava a escrever, uma chuva forte começara a cair.  Ela sentiu o vento frio batendo em seu rosto e aquilo lhe fazia lembrar-se de sua casa na Escócia. A grande mansão que pertencia ao seu avô, Rodrik Smith, que morrerá há menos de um ano. Ela se lembrava dos dois brincando, dele ensinando ela a se transformar e controlar os três espíritos que havia dentro si, a Deusa Flidiais, o Homem Verde e a necromante Nahemma.
Nunca se esqueça de você é, minha menininha, dissera Rodrik a ela quando Nora era pequena, na primeira vez que ela se transformou em uma gata. Você é muito mais que uma simples gatinha. És uma bruxa muito poderosa.
Tal lembrança fez com que ela não se aguentar-se e tornou a chorar outra vez. Seu gatinho, Fausto, aparecerá e deitará no colo da dona, ela o abraçou e o gatinho ronronou em seu peito, e com isso parou de chorar. Um relâmpago retumbou no céu e a chuva começou a aumentar, foi quando ela olhou e viu que alguém montado em um cavalo, se aproximando da casa.
-Katzëchen! – gritou Sepp Maier de longe.
-Sepp? – balbuciou Nora, percebendo que era seu noivo que estava vindo.
Nora levantou-se e correu até o encontro do noivo no meio do jardim. Sepp parou o cavalo em frente à Nora e desmontou. O cabelo ruivo e as vestes estavam ensopados de água.
-Que faz aqui? – indagou ela surpresa ao vê-lo ali.
Sepp não respondeu e apenas puxou a noiva para um beijo quente. Quando pararam o beijo, retomaram o fôlego e ele perguntou:
-Está tudo bem com você, Mein Liebe?
-Acho que sim. – respondeu Nora, atônita com a visita do noivo, em meio àquela chuva torrencial de verão.
-Eu sei que fiz... Cof Cof... Ou melhor, fui um louco em enfrentar essa chuva... Atchim! – Sepp tossia demais e espirrava, Nora percebeu que ele havia se resfriado com aquela chuva – Mas não posso ficar sem você! Eu sei que você soube sobre eu e a Holly... Cof cof... Mas saiba que eu te amo e mesmo que não... Athchim! Me queira, eu te quero na minha vida, Katzchën! Cof Cof! Atchim!
Ouvindo aquilo, Nora começou a chorar e abraçou o noivo e encostou sua cabeça no peito molhado dele.
-Eu te amo tanto, Sepp! – dizia ela, chorando – Amo-te mais do que tudo, meu Katzë!
-Ei vocês dois! – gritou Carson, o mordomo dos Smiths, caminhando até eles com um guarda-chuva em suas mãos – Saiam dessa tempestade! Vocês podem ficar doentes!
Ele entregou o guarda-chuva a Sepp, ele abriu e deu seu braço à Nora. Os dois voltaram para a casa, enquanto Carson levava o cavalo do alemão para o estábulo.
Sepp acabou por contrair uma gripe forte e os Smiths insistiram por cuidar dele, ele acabou por ficar junto à família escocesa, onde recebeu todos os cuidados, inclusive de sua noiva. Para não preocupar seu amigo Franz, já que ele estava hospedado em sua casa por alguns dias, Sepp escreverá uma pequena carta ao amigo.
“Caro Amigo Franz
Antes que me questione, não fui viajar. Estou aqui na casa da família Smith. Durante o trajeto à casa destes, aconteceu uma tempestade e no final fui acometido por uma gripe muito forte, que me impossibilitou voltar para casa. Tirando isso, meus gentis anfitriões não me deixaram partir e cuidaram de mim.  Dentro de uma semana estarei de volta. Não se preocupe comigo, logo ficarei bem.
De seu amigo, Josef.”

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