A Modern Vampires Of The City - Capítulo 1

Capítulo 1 - Lady Porquinha.


Nora estava sentada de frente para o espelho de sua penteadeira, enquanto Molly, sua criada, trançava seus longos cabelos pretos.

- O que intriga a senhorita? – perguntou a criada.

Nora encarou o espelho por um instante e por fim respondeu.

-Durante o café-da-manhã, mamãe disse  que meu pai queria conversar comigo – contou Nora – Mas até agora eu não o encontrei para podermos conversar.

-Carson me contou que sua senhoria preferiu tomar o seu café-da-manhã no quarto – comentou Molly, enquanto terminava de trançar cabelo dela, amarrando um pequeno laço azul escuro no final de sua trança, que combinava também com o seu vestido azul claro  – O motivo eu não sei, mas fique tranqüila, tenho certeza que será algo bom!

A porta do quarto se abriu e Carson, o mordomo do pai de Nora, adentrou o quarto.

-Senhoras. – ele fez uma pequena reverencia a Nora e depois se endireitou – Senhorita Eleonora, seu pai deseja vê-la em seu escritório agora.

Nora levantou-se da pequena cadeira onde estava sentada, agradeceu Molly e acompanhou Carson até o escritório de seu pai.

-Você sabe o motivo de que ele quer conversar comigo, Carson? – perguntou Nora ao mordomo, enquanto os dois atravessavam o corredor dos quartos em direção as escadas.

-Eu gostaria de contar, minha Senhorita. – respondeu ele, descendo as escadas na frente dela – Porém prometi ao senhor guardar segredo.

-É realmente algo muito importante? – perguntou Nora novamente, descendo as escadas atrás do mordomo.

-É algo do agrado da senhorita. – respondeu o mordomo, dando uma piscadela a Nora.

Os dois chegaram ao escritório do pai dela e Carson abriu a porta para ela.

-A senhorita Eleonora está aqui. – anunciou o mordomo ao pai de Nora, Eddard Smith, que estava sentado em sua mesa, em meio a alguns papeis.

-Obrigado Carson – agradeceu Eddard.

-Deseja mais alguma coisa, meu senhor? – perguntou Carson.

-No momento nada – respondeu Eddard.

-Com sua licença, meu senhor e senhorita – o mordomo fez uma pequena reverência e saiu do escritório.

-Sente-se, por favor, minha filha – Eddard fez um sinal para a filha sentar-se numa das cadeiras que ficavam de frente à mesa.

Nora se acomodou numa das cadeiras e tentou se acalmar, porém percebeu que seria difícil de acontecer.

-Mamãe disse-me que havia algo que o senhor gostaria de contar – disse Nora, com a voz um pouco trêmula.

-Então, você sabe que, o único motivo de estarmos aqui é para a expansão dos negócios que eu tenho com o seu tio Robert – disse Eddard, num tom um pouco sério – E alguns dias atrás, acabamos conhecendo o Conde Beckenbauer e sua família, junto com seu amigo, Herr Maier e seu filho que possui uma fabrica de cerveja, aqui na cidade.

-Tomei chá com ambos os rapazes – comentou Nora.

-Sim e o motivo de você estar aqui é que irá se casar.

-CASAR?! – ela se levantou e encarou seu pai – COMO POSSO ME CASAR SE SÓ TENHO 17 ANOS? SOU MUITO JOVEM PARA ME CASAR!

-Eleonora Amelia Smith, irá me obedecer e se casará com o filho do dono da fábrica de cerveja! – respondeu Eddard, levantando-se e encarando a filha.

-Com Josef? – perguntou ela, sentando-se de volta na cadeira e acalmando-se.

-Com ele mesmo – respondeu ele, num tom triste, voltando a se sentar – Particularmente eu não queria que você se casa-se agora, é jovem demais e ainda não terminou seu treinamento com sua avó. Mas negócios são negócios.

-Eu entendo papai – respondeu Nora, num tom tristonho.

-Mandei uma carta a sua avó e ela virá em breve para terminar o seu treinamento – disse seu pai.

-E eu devo contar ao meu noivo que eu sou uma bruxa?

-Ainda não – respondeu Ned – Fique mais intima dele e ai conte a ele.

-E se ele quiser desfazer o noivado?

Quando seu pai ia lhe responder, o mordomo adentrou novamente o escritório.

-Perdoe-me pela minha intromissão, senhor – disse o mordomo – Mas há a visita para Lady Eleonora.
-Para mim? Mas quem poderia ser? – perguntou Nora, curiosa.

-Herr Josef Maier esta aqui para vê-la. – respondeu o mordomo – Junto com ele estão, Herr Franz Beckenbauer e Herr Gerhard Müller estão com ele. Ambos se encontram com a senhora Catelyn e os senhores McGolds na sala de visitas, meu senhor.

Eddard e Nora foram para a sala de visitas, onde encontraram Catelyn conversando com Josef Maier que segurava uma sexta de piquenique, Louise e seu pai Anthony conversando com Gerhard, Franz e Robert conversavam perto da janela, enquanto Sophie e sua filha Felicity conversavam sentadas no sofá. Quando Eddard e Nora adentraram a sala de estar, todos os presentes ali ficaram de pé. Os convidados cumprimentaram Eddard e Nora.

-Perdoe-nos pelo atraso – disse Eddard aos convidados – Estive conversando com minha filha.

-Fraulëin Smith. – cumprimentou Josef a Nora, com uma saudação – Estive ao seu aguardo. Tenho um pequeno presente a você.

Ele lhe entregou a cesta de piquenique e entregou a Nora.

-Espero que seja do seu agrado, minha fraülein – disse Josef, sorrindo.

Nora abriu a cesta e dentro dela, havia um gatinho branco com as orelhas e patas amarelas.

-Oh meu Deus, um gatinho! – respondeu Nora, tirando o gato da cesta – Como você é lindo!

-Uma de minhas gatas deu cria na semana passada – respondeu Josef – E como você havia comentado no chá, que teve de deixar sua gatinha em seu país, achei que ia gostar do presente.

-Eu realmente adorei o presente! Muito obrigado! – agradeceu ela, abraçando o gatinho contra o seu peito.

-Bem, eu estive conversando com Herr Beckenbauer e pensei em mostrar a propriedade. – comentou Robert McGold – Um pequeno passeio a cavalo.

-É uma ótima idéia, Robert – concordou Eddard, com um sorriso entre os lábios.  Ele se aproximou de uma pequena corda que ficava perto da janela e a puxou. Poucos instantes, o mordomo do Sr. Smith apareceu.

-Carson, avise Sembene e Malcomn para preparem os cavalos, vamos dar um pequeno passeio com nossos visitantes – disse Eddard – As meninas irão conosco.

-Papai, eu gostaria de ficar aqui – disse Nora.

-Se o senhor autorizar, eu também gostaria de ficar aqui – disse Sepp.

-Então eu acho que só a senhorita Louise e a senhorita Felicity irão conosco neste passeio – concluiu Eddard.

-Como quiser meu senhor – disse o mordomo – Com sua licença.

As primas McGolds junto com suas mães e seus pais foram se preparar para a montaria. Pouco depois todos se encontraram nos jardins da residência, onde os três mordomos tentavam controlar Andrômeda, a égua de Louise.

-O que ela tem? – perguntou Anthony, se aproximando dos mordomos que tentavam controlar a égua.
-Eu não sei senhor – respondeu Malcomn, o mordomo de Robert, tentando acalmar a égua – Fomos tirá-la do estábulo e ela começou a ficar agitada!

-Talvez seja um presságio. – comentou Felicity.

-Talvez eu tenha que concordar com você, priminha – disse Louise – Talvez seja um mau presságio mesmo!

-Quietas! – disse Robert, num tom ríspido.

Sembene, o mordomo de Anthony se aproximou ainda mais da égua e acabou levando uma patada da égua e rapidamente foi socorrido por Anthony e os outros mordomos. Foi então, que Gerhard se aproximou da égua e começou a acalmá-la.

-Calma garota – dizia ele, afagando o rosto dela – Vai ficar tudo bem.

Quando Gerhard se virou, o pequeno grupo de pessoas o observava espantado com aquela cena, principalmente Louise.

-Er... Bem desde pequeno eu cuido de cavalos – respondeu ele, um pouco envergonhado – Ela só estava um pouco ansiosa, acho que já pode montá-la senhorita.

Louise se aproximou da égua e Gerhard a ajudou a subir na cela e saiu trotando. Depois todos os outros montaram e seguiram Louise.

-Bem, se me derem licença, vou ver como esta Sambene – comentou Catelyn, virando-se e voltando para dentro da casa.

-A fraülein gostaria de dar um passeio? – perguntou Josef, estendo o braço a Nora.

-Eu adoraria – respondeu ela, entrelaçando o seu braço junto ao dele e começaram a caminhar em silêncio, pelos arredores da casa.

-Então, gostaste do gatinho? – perguntou ele, quebrando o silêncio.

-Eu realmente o adorei! – respondeu Nora.

-Já tens um nome para ele? – perguntou Josef.

-Quando o deixei com Molly, ela disse que ele tinha jeito de Perseu ou Sir Robin, como o cavaleiro da Tabula Redonda do Rei Arthur – comentou Nora – Mas ainda não me decidi.

-Que tal Fausto? – sugeriu Josef – Como no poema de Goethe.

-É um nome muito bonito – disse Nora – Então será este o nome do gatinho.

-Fico feliz que tenha escolhido este nome – respondeu Josef – E fico ainda mais feliz que a fraülein Eleonora, aceitou ser minha esposa!

-Nora, me chame de Nora, por favor – respondeu ela – Eu fico honrada em ser sua futura esposa, Josef!

-Me chame de Sepp – pediu ele, parando e observando-a.  – É assim que meus amigos me chamam.

  -Tudo bem, meu querido Sepp – respondeu ela.

-Poderia me dar um beijo, minha querida Nora? – perguntou ele, se aproximando dela.

-Claro – sussurrou ela, enquanto seu rosto se aproximava do dele. Aquela sensação era um tanto quanto nova para ela, nunca havia beijado ninguém e de certa forma estava com certo medo de desapontar seu noivo, que já deveria ter experimentado outros beijos melhores do que aquele.

-Chucrute insolente! Como ousas me ultrapassar?! – gritou Louise, cavalgando ainda mais rápido do que Gerhard, do outro do bosque que cercava a casa.

-Spoiled Mädchen! Es kann schön sein, aber manchmal könnte die Fresse halten! (Menina mimada! Pode ser linda, mas poderia calar essa sua maldita boca maldita boca!) – gritou Gerhard ao ser ultrapassado por ela.

-Und Sie sagen, sie sah aus wie ein Engel!(E você dizendo que ela era um anjo!) – respondeu Franz Beckenbauer a seu amigo.

-Esse foi um dos melhores beijos que eu já dei! – respondeu Sepp, ainda um pouco ofegante soltando-se dos braços de sua amada.

-AH SEU CHUCRUTE MALDITO, EU DISSE PARA NÃO ME ULTRAPASSAR! – gritou Louise novamente, fazendo com que Nora leva-se um susto e vira-se uma gata na frente do noivo.

-Fraülein Nora? Onde esta você? – perguntou ele, olhando para os lados procurando por sua noiva, até que ele viu uma gata de pelo alaranjado ronronando entre suas pernas. A gata postou-se a sua frente e começou a encará-lo – Onde você esta fraülein Nora? Será que eu fiz alguma coisa errada?
Eddard Smith ao ouvir aqueles chamados se aproximou de Sepp com seu cavalo, até que viu sua filha transformada em gata.

-Algum problema, Josef? – perguntou Eddard, desmontando de seu cavalo.

 -É fraülein Nora! – respondeu Sepp assustado – Ela sumiu! Nós estávamos conversando e de repente ela sumiu!

-Como ela pode ter sumido, se ela esta atrás de você? – Sepp se virou e viu Nora pálida como se estivesse morta – Esta tudo bem, minha filha?

-Está tudo ótimo papai – respondeu Nora, tapando a boca com uma das mãos – Só acho que vou...

Nora vomitou no gramado duas bolas de pelos pretos, Sepp olhou aquilo e ficou um pouco horrorizado. Como uma moça pode vomitar bolas de pelos? Perguntou a si mesmo.

-Venha Nora, vou levá-la para casa– disse Eddard, se aproximando de sua filha.

-Nein!Nein! – disse Sepp tomando Nora em seus braços – Eu a levo para casa senhor.

-Então, tudo bem – respondeu Eddard –  vejo vocês daqui a pouco para o almoço.

Eddard montou novamente em seu cavalo e voltou para a comitiva que ainda passeava nos bosques. Enquanto Sepp com Nora em seus braços refazia o trajeto de volta para casa.

-Peço que, desculpe-me por aquilo tudo – disse Nora, encostando sua cabeça no peito de Sepp, escutando as batidas do coração dele.

-Tudo bem – respondeu Sepp, Mas ainda não entendi como você conseguiu vomitar pelos – Essas coisas acontecem, minha Kätzchen.

- Kätzchen? – perguntou Nora – O que significa isso?

-É gatinha na minha língua – respondeu Sepp.

-E como é gato, na sua língua? – perguntou Nora.

Katze – respondeu ele.

-Posso chamá-lo de Katze? – perguntou Nora.

-Tudo bem, minha Kätzchen – respondeu ele, sorrindo.

O casal de noivos chegou a porta da casa, Sepp colocou Nora de volta ao chão. Ela se despediu brevemente de seu noivo e acompanhou sua criada até a outra sala de estar, onde as outras moças estavam se preparando para o almoço.

-Meninas! – disse Nora, ao entrar na sala - Estou noiva!

-Oh meu Deus! Meus parabéns, minha amiga! – Felicity se aproximou de Nora e abraçou-a fortemente – Quem é o felizardo?

-Josef Maïer – respondeu Nora – o amigo do jovem Conde!

As duas pulavam de mãos dadas, felizes com aquela notícia. Enquanto Louise, apenas observa aquele momento, sentada no sofá

-Meus parabéns – falou Louise, enquanto se levantava e ainda batia palmas, interrompendo a comemoração das duas amigas – Sempre achei que vocês duas nunca iriam arranjar um marido!
Nora e Felicity estavam atônitas com aquilo que Louise disse, enquanto esta somente ria.

-E logo você, Nora? Com aquele louco dos gatos? – indagou Louise, rindo ainda mais -  Já vejo o futuro filhotinhos de vocês, miando por aí!

-Ora, sua menina mimada! – gritou Nora. Ainda brava, ela apontou o indicador direito para Louise e disse – Quando sair por aquela porta, se transformará em Lady Porquinha!

-Lady Porquinha? – perguntou Louise, rindo outra vez – Vejo que também será uma péssima bruxa!
Felicity segurou o braço de Nora, impedindo que a amiga batesse em Louise. Pouco depois Molly entrou na sala, chamando-as para o almoço. Quando Louise colocou o pé para fora daquela sala de estar, ela diminui junto com suas roupas e virou uma pequena porca.

-Socorro! – gritou Molly, ao ver Louise transformada.

-Viu só? – disse Nora, sorrindo – Viu o que acontece quando duvida dos meus poderes?

Louise corria por toda sala, fazendo alguns grunhidos. Molly e Felicity tentavam pega-la mas não conseguiam.

- Nora, segure-a! -  gritou Felicity.

 Internamente Nora queria que Louise fugisse ou virasse o prato de entrada do banquete de seu casamento com Sepp, mas seu pai a culparia para sempre por ter conseguido além de transformar Louise em uma pequena leitoa, a ter matado e virado um assado.

-Venha cá, sua porquinha mimada! – disse Nora, perseguindo Louise.

A porquinha começou pelos cômodos da casa, enquanto as três se desdobravam para pega-lá. As meninas tentavam evitar que a porquinha fosse parar na sala de jantar, onde já se começava a servir o almoço. Porém a porquinha conseguiu entrar por uma fresta das portas.

-Volte aqui, Lady Porquinha! – gritava Nora, segurando a barra de seu vestido com sua mão direita e abrindo as portas, enquanto Molly e Felicity a seguiam atrás.

A porquinha começou a correr em volta da mesa, fazendo com que a Catelyn Smith, Sophie McGold e Mary McGold, se assustaram e subiram nas cadeiras em que estavam sentadas. Já seus maridos estavam atônitos com a situação, enquanto os mordomos, evitavam não esbarrar na porquinha, nem em suas perseguidoras.

-Was ist das?  (O que é isso?) – perguntou Franz Beckenbauer, se assustando com a porquinha passava em seus pés.

-Eine Mutter! (Uma porca!) – respondeu Sepp Maïer, também subindo numa das cadeiras.

-Müssen  wir helfen, es zu nehmen? (devemos ajudar a pegá-lá?) – perguntou Gerd, ainda sentado.
-Wir habben witeren 10 Jahre zu fangen Schweine spielen! (Não temos mais 10 anos para brincar de pegar porcos!) – gritou Sepp ao seu amigo – Gehen Sie jetzt den Stuhl! (Agora suba na cadeira!).

-Nora o que esta acontecendo?!  - gritou Eddard Smith à sua filha.

-Eu... Eu transformei... – dizia Nora, enquanto procurava à porquinha.

-Onde está Louise? – perguntou Mary McGold.

-Então eu... – Nora não queria contar que havia transformado Louise, se não o segredo de sua família seria revelado e seu noivado seria desmanchado.

-Não me diga que você a... – disse Anthony McGold, mais pasmo ainda.

-Nós soubemos através da Molly que iriam matar essa porquinha e não queremos que ela seja morta! – disse Felicity – Olha como ela é fofinha e linda!

-Ela está ali! – gritou Nora, olhando por debaixo da toalha da mesa – Cheirando os pés de Herr...
-Ai! – gritou Gerd, olhando por debaixo da toalha da mesa e vendo a porquinha mordendo a sua canela – Ela esta me mordendo!

-Sepp pegue-a! – pediu Nora ao noivo.

-Was ich nicht für dich tun es! (O que eu não faço por você!) – respondeu Sepp descendo da cadeira e tentando se abaixar, pois ele era muito alto.

-Rápido Sepp! – gritou Gerd - ela esta me mordendo demais!

Nora espirrou e ao fazer isso os grunhidos paracem.

-Esta doendo demais! – gritou Gerd.

Sepp tentou entrar debaixo da mesa, mas bateu a cabeça na mesa e caiu para trás, Nora correu para ajudar o noivo e Gerd levantou a tolha da mesa e viu a coisa mais estranha que ele podia imaginar Louise em sua forma humana mordendo a sua canela.

-Olá – disse Louise, desconcertada com aquela cena e largando a canela de Gerd.

-Ela virou humana – Gerd acabou desmaiando.

-Jesus, Maria e José – disse Franz incrédulo, descendo da cadeira – Ela voltou à forma humana!

-Isso parece magia! – disse Sepp olhando para a Nora – Meu amor você é uma bruxa?

-Sim, meu querido – respondeu Nora calmamente e começou a chorar.

-Ned, está na hora da canção de ninar! – gritou Robert.

Eddard Smith se aproximou dos três e recitou algumas palavras em latim para os três rapazes alemães.

-Oblivisci potest idipsum dormiam, et factum (Durma e esqueçam do que aconteceu).

Os três acabaram caindo no chão, desacordados,  roncando e ressonando baixo.

-Você os matou? – perguntou Louise, saindo engatinhando de debaixo da mesa.

-Não, eles estão dormindo – respondeu Eddard.

-Sepp vai ficar bem? – perguntou Nora – Quer dizer, Sepp vai se lembrar que é o meu noivo?

-Claro, ele só vai esquecer o que viu – respondeu Ned – Agora, me conte o que aconteceu?

-Essa bruxinha insolente me transformou em uma “Lady Porquinha” – contou Louise.

-Ela falou coisas más sobre o mim e o meu noivo – respondeu Nora.

-Mas isso não é desculpa para transformá-la em porca- disse Robert – Todos nós sabemos que quando Louise abre a boca, coisas boas é que não vão sair!

-Ei! Não fale assim da minha filha – gritou Mary – Quero que Nora se desculpe a Louise!

-Eu não vou fazer isso! – respondeu Nora, cruzando os braços – Ela mereceu!

-Nora! – gritou Catelyn à filha – Eu não te eduquei assim!Vamos, peça desculpas a ela!

-Mas mãe, eu... 

-Eleonora Amélia Smith! Obedeça a sua mãe! – rugiu Eddard.

-Se assim que vocês querem – disse Nora, se virando para Louise dizendo – Queira me desculpar, milady, por ter transformado-a em Lady Porquinha!

-E o que mais? – indagou Mary.

-E que não vou transformá-la mais em uma porquinha e sim uma galinha para o cozinheiro fazer um belo assado! – respondeu Nora, fazendo Felicity rir.

-Ora como és ousada, Eleonora! – disse Louise, indignada – Nunca dei tal vexame para  a minha família e nem para meu noivo,  Richard!

-Peço desculpa pela minha filha insolente, Ned – disse Anthony – Às vezes ela fala coisas que não devia.

Ned assentiu com a cabeça e ele, Robert e Anthony ajudaram a levar os três rapazes para a sala de estar, depois estes voltaram e almoçaram com as senhoras e as moças, todos em silêncio e no fim do almoço, Eddard anunciou:

-Está na hora de acordá-los! E será bom para o seu noivo ver o seu lindo rosto. Nora!

Todos se dirigiram a sala de estar e Nora sentou-se ao lado de Sepp no sofá e começou a tentar acorda-lo.

-Sepp querido!Acorde! – Nora tocou o ombro dele e falou outra vez – Querido esta na hora de acordar!

-Joseff, Franz e Gerhard acordem! – disse Eddard.

-Acho que o senhor jogou o feitiço de forma muito forte! – comentou Nora.

-Tem certeza que não os matou? – perguntou Louise.

Nora se aproximou de Sepp e deu um pequeno beijo em seus lábios, fazendo com que ele acordasse e fazendo com o beijo ficasse mais delicado.

-A melhor forma de acorda! – o comentou, apertando a bochecha dela.

Eddard pigarreou e Sepp se levantou do sofá, envergonhado.

-Senhores – disse ele – Perdoem-nos por acabarmos dormindo em seu sofá! Franz e Gerd acordem!

-Já estou indo mamãe! – disse Franz, acordando em sobressalto, em seguida Gerd acordou.

Ambos se desculparam e Sepp disse a todos que estava na hora de eles irem embora. Os mordomos pegaram seus chapéus e casacos para eles e trouxeram seus cavalos. Os três se despediram de todos, montaram seus cavalos e foram embora.

-Temo que um desses rapazes se lembre demais do fato – comentou Eddard.

-E quem acha que possa ser? – indagou Robert.

-Gehard – respondeu Eddard – Ele viu Louise voltar ao normal e desmaiou.

-E quando isso pode acontecer? – perguntou Anthony.


-Uma hora, um dia, um mês, talvez anos – respondeu Eddard, dando os ombros – Tudo depende de como a mente vai reagir ao feitiço.

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